Duvido muito nessa maioria absoluta... Seja quem for que ganhe, quase de certeza não será com maioria absoluta. O mais provável é desta vez o PSD ganhar sem maioria, e coligar-se com o CDS/PP.
Quanto à demissão do governo, sou contra tendo em conta o contexto temporal em que se deu. Foi a pior altura para tal acontecer.
Estamos agora com um país completamente sem credibilidade aos olhos do estrangeiro, nomeadamente aos olhos daqueles que ainda nos compravam dívida, e que agora deixarão de o fazer, ou fá-lo-ão em troca de grandes juros.
O impacto desta situação política já se fez inclusive sentir, tendo em conta que os ratings de Portugal acabaram de descer no dia de hoje, como já era expectável.
Pessoalmente, não vejo ninguém em Portugal capaz de gerir o país e fazer aquilo que tem de ser feito. Tudo está muito mal distribuído, e nota-se claramente que este sistema não funciona. Todo o sistema que temos no país e em muitos países do mundo, quer a nível económico, político, social, é um sistema claramente de prazo. Resultou muito bem até agora mas como muitos já previam o seu prazo está a acabar.
Precisamos urgentemente de uma reestruturação a nível geral, que reconheço ser algo extremamente difícil e que exigiria a reunião de um grande equipa de pessoas capazes e com vontade de melhorar o país, sem pensar no seu umbigo ou interesses partidários. E aqui reside um dos grandes problemas, é que a maioria das pessoas do povo pensa no seu próprio umbigo, não no do país.
Assim como os grandes gestores públicos nos levam milhões, convém também lembrar que nós próprios (nós = povo) fazemos parte de um enorme sistema de corrupção que rouba milhões ao país. Quem nunca arranjou maneira de arranjar facturas / recibos de outra forma que permitisse descontar no IRS / ADSE serviços que à partida não seriam descontados? Nunca ninguém se interrogou dos milhões de perda que isso significa para o Estado?
É como digo, isto não mudou e não vai mudar tão depressa, e vai ter tendência a piorar.
Quanto ao FMI, é um pau de dois bicos... Poderá ser benéfico do ponto de vista em que Portugal perde a total independência da gestão dos dinheiros públicos, o que é bom tendo em conta que estamos num país de tachinhos. Por outro lado, ninguém se esqueça que o FMI é um empréstimo, e não um presente. Tudo o que é emprestado terá de ser devolvido, e por isso era bom que Portugal conseguisse auto-sustentação de forma a evitar esta necessidade.