A questão não é o que é feito mas como é feito.
Quando se assume uma posição de desdém, arrogância e prepotência, só se ganha uma coisa: inimigos. Talvez a Acapor deva perguntar à Ensitel o que é isso antes de assumir determinado tipo de linguagem.
Infelizmente quem manda ainda é muito fechado e muito linear, alguma coisa está mal, processa-se, não existe sequer uma reflexão para abordagens alternativas, não existe um tentar virar uma situação adversa para favorável, nada, é processos e mais processos.
A juntar a isto, o facto de estarem a cometer uma ilegalidade, não é, de todo, um bom começo na defesa dos direitos de autor. Vamos lá ver o desenvolvimento disto
Here we go...
Se um merceeiro coloca uma lista de caloteiros que não pagam MESMO à porta da mercearia, eu estou totalmente de acordo. No entanto, é ilegal.
Se um jornal publica a cara de um ladrão / pedófilo / criminoso de colarinho branco apanhado no flagra, ou quase, eu estou de acordo. No entanto, é ilegal.
Acho que a privacidade é um direito, contudo a liberdade de uns acaba quando começa a liberdade dos outros. Se temos direito à nossa privacidade acho que a mesma não deve servir como barreira a este, ou qualquer outro tipo de acto ilícito.
Longe de mim proteger ou defender regimes corporativistas como pode ser encarado o caso das editoras.
Agora, defendo a propriedade privada, seja ele um software, uma música, um site ou um mero artigo.
Se eu crio um software, uma música, um filme, etc e não quero oferecê-lo, QUERO vendê-lo, as pessoas têm duas alternativas éticas e idóneas: compram ou não compram. Acho que aqui não há nenhuma margem para discussão, a não ser que defendamos um regime "o que é teu é meu, e o que é meu é teu" seja para bens digitais, seja para bens físicos, acarretando tudo o que isso significa.
Concordo absolutamente que não haverá grande margem de manobra e esta será uma guerra perdida por parte dos defensores anti-pirataria. Ao fim e ao cabo, o que eles perdem, estão a ganhar os ISPs entre outros, e este "jogo" é apenas um jogo de equilibrios.
A alternativa mais graciosa para os produtores de conteúdos digitais é o investimento em protecção dos seus trabalhos (software) e a criação de novos produtos (downloads legais, oferta de entradas para concertos na compra de temas, embalagens personalizadas, etc).
De qualquer forma, uma coisa não invalida a outra. Não consigo dizer "viva a pirataria" porque ao colocar-me no lugar de quem é pirateado, e esqueçamos por momentos as grandes editoras, sentir-me-ia ofendido e prejudicado.
E os exemplos que dei em cima são válidos. Se partilhar um filme é "pró cultura" e "ético", copiar e publicar um artigo de outro site também o é, assim como produzir produtos e espetar-lhe um marca de valor acrescentado aka contrafacção.
Bem... pelo menos é esta a minha visão.