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Facebook vs. Google, o Facebook vai ganhar?
Há tempos andava eu a navegar pelo Fórum do Mais Trafego quando vejo um tópico de um utilizador sobre o Facebook já ter ultrapassado o Google e dai surgiu este artigo. Será que dentro de alguns anos o Facebook pode passar até mesmo a Google?
“O Google vai dominar o mundo”. Esta e a frase mais repetida na internet. A quantidade infinita de serviços que a Google oferece, a "confiabilidade" dos seus produtos e a posição na liderança de muitos segmentos colocam a Google como uma das principais empresas não só da internet, mas do mundo.
A mais nova dor de cabeça de Larry Page e Sergey Brin chama-se Facebook, a rede social dos nossos dias que, em 2011, pode atingir a expressiva marca de 1 bilião de utilizadores, o que equivale a um sétimo da população mundial.
Embora os objectivos das empresas possam parecer diferentes, o modelo adoptado por estas empresas para ganhar dinheiro é o mesmo. Publicidade! E um dos grandes marcos das duas empresas é darem ao utilizador uma experiência de publicidade exacta, ou seja, se gostas de gelados a publicidade mais provável de aparecer relaciona-se com gelados.
As dúvidas que ficam são, será que a rede social de Mark Zuckerberg é capaz de ser mais eficiente para os utilizadores?
Mais um a entrar na luta
Relevante ou não? Este e o dilema para determinar quem será mais bem-sucedido na Internet. Até agora nenhum site de buscas como Yahoo ou Bing é tão eficiente como o Google, mas será o Facebook? O algoritmo de busca do Google, aliado a uma série de padrões de indexação adoptados pela maioria dos sites, fez com que o Google estivesse na ribalta no que toca a sites de busca.
Serviços como o Twitter, ou o botão “like” do Facebook, podem tornar uma página muito mais relevante e vista, ainda que esta não esteja sequer indexada no motor de busca.
+1 Pela Google
Para tentar travar o avanço do “Like” do Facebook que já pode ser vista em quase todos os websites a Google implementou o botão +1, uma espécie de “Like by Google” que tem impacto directamente na relevância dos resultados exibidos na busca. Assim, além do resultado tradicional listado pelo algoritmo, o utilizador passar a ser um editor de busca, já que quanto +1´s maior destaque nos resultados do Google.
Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és
Se para um utilizador anónimo é possível encontrar resultados significativamente bons numa pesquisa, imagine-se o quão eficiente pode ser um motor de busca que incorpore no algoritmo os gostos e as preferências de quase 1 bilião de pessoas registadas no Facebook. Por enquanto, não há nenhuma confirmação disto mas na minha opinião não tarda.
Entretanto, a possibilidade de explorar esse grande potencial da rede social estimula não só os especialistas do sector, como também muitos anunciantes. Para compreender melhor este esquema de busca podemos por o seguinte exemplo:
Ao procurar no Google pelo filme “Flores Partidas”, repare nos anúncios que são exibidos nos resultados da busca. Embora estejamos a falar de um filme, o termo “flores” acaba sobressaindo e a maior parte dos resultados direcciona o utilizador para venda de flores. É pouco provável que quem está a pesquisar por um filme decida comprar flores. Dessa forma, são menores as possibilidade de venda do anunciante e maiores as possibilidades de a sua pesquisa não ser directamente o seu query
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Agora imagine-se que, além da pesquisa, o sistema do Facebook cruze os seus dados pessoais disponíveis na rede social e dos seus amigos. Se no seu perfil o cinema é uma actividade de destaque, possivelmente tem amigos que também se interessam por este tema.
Tendo isto como base, é muito provável que os resultados de anúncios direccionados exibam filmes em vez de flores como opção de compra. Ou seja, mais eficácia nos resultados de busca.
Duelo de gigantes: vitória dos utilizadores?
Com duas empresas a nível mundial a discutir a atenção dos utilizadores, os grandes beneficiados desta disputa são claramente os utilizadores. Em termos de busca na internet, contar com uma ferramenta mais eficiente do que o Google pode parecer um sonho ou uma história de ficção científica, mas de facto existe a possibilidade de se tornar realidade.
Entretanto, a maior eficiência nas buscas pode ter um preço alto. Falta de privacidade! Para que uma busca como a direccionada para o Facebook seja possível, é necessário que os dados pessoais das contas dos utilizadores estejam disponíveis para o cruzar os dados. Ainda que todo o processa ocorra nos servidores do Facebook, podem haver falhas.
Para quem argumenta que um sistema como este é injusto, vale a pena lembrar que a participação numa rede social é opcional e, ao entrar nela, todos estão sujeitos às políticas de privacidade definidas pelo Facebook.
Outro ponto interessante a ser debatido é a criação de uma nova “rivalidade” entre os utilizadores. Assim como temos as disputas da Apple contra a Microsoft e do Orkut contra o Facebook, é bem provável que a adopção de um sistema como este possa criar uma terceira via, colocando em lados opostos Google vs. Facebook.
A luta pode sair dos limites da internet e ganhar também contornos no mundo real. Com os seus sistemas operacionais, a Google cada vez mais pretende se fazer presente em portáteis, smartphones e tablet´s (tanto o Google OS como o Android) . No que trata a produtos o Facebook esta a dar os primeiros passos no mercado.
No início do ano a HTC apresentou um smartphone com o sistema operativo Android 2.4, com a particularidade de terem total integração com o Facebook.
Nota Final - O Facebook derrubara a Google?
Talvez, a possibilidade é escassa, mas existe! Além disso é pouco provável que uma empresa que detém 90% da fatia de mercado dos motores de busca perca, da noite para o dia, a sua posição. Um bom exemplo é a guerra dos navegadores. Há alguns anos, o Internet Explorer liderava absoluto, com mais de 70% dos usuários, com a chegada de novos concorrentes, como o Firefox e o Google Chrome, a participação do IE no mercado caiu, mas nem por isso deixou de ser líder ou perdeu influência. Resta saber até que ponto o fenómeno Facebook pode incomodar a Google.
Espero que tenham gostado do meu primeiro artigo no +t. Até à próxima!