Simulação da produção de um bosão de Higgs no LHC: a descoberta dessa partícula só será possível dentro de um a dois anos
A física de partículas tem destes paradoxos. Um acontecimento que excitou milhares de investigadores em todo o mundo, que mobilizou a atenção dos "media" e que entusiasmou a opinião pública não teve absolutamente nada de espectacular. O Dia D da ciência do infinitamente pequeno foi marcado por um simples ponto luminoso, um pequeno "flash" que surgiu num ecrã do Centro de Controlo do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), em Genebra.
Mas esse discreto "flash" que emergiu às 8h30 (hora de Lisboa) de 10 de Setembro foi o suficiente para as largas dezenas de cientistas presentes nesse Centro de Controlo, incluindo o director-geral do CERN, Robert Aymar, festejarem ruidosamente o acontecimento com vivas, palmas, apertos de mão, largos sorrisos e champanhe, porque foi o culminar de um projecto que pode abrir as portas a uma nova Física.
Na verdade, o primeiro feixe de protões a circular no LHC representa apenas a etapa inicial da grande ambição dos dez mil investigadores envolvidos no maior acelerador de partículas de sempre: descobrir o bosão de Higgs, a partícula elementar que pode explicar a origem de tudo o que constitui o Universo. Nestas primeiras experiências, o Grande Colisionador de Hadrões (LHC, na sigla inglesa) não anda a provocar qualquer tipo de colisão que possa produzir novas partículas como o Higgs. A maior máquina de Terra está somente a movimentar a velocidades cada vez mais elevadas dois feixes de protões mais finos que um cabelo humano em direcções opostas, através do seu túnel de 27 km de perímetro.
Ler maisFonteAcho que vale a pena ler tudo, li, e aprendi muita coisa.