A comunidade cannabis.com.pt é uma organização sem fins lucrativos que tem como principal meta a criação da primeira associação de apoio ao consumidor de canábis.
O consumo de canábis está a continuamente a aumentar no nosso país. Cada vez mais pessoas tem contacto com a canábis e seus derivados, e o seu uso pelas diferentes faixas etárias, diferentes raças e diferentes níveis sociais exige que se possa considerar consumidor de canábis qualquer adulto que se ache no direito de usufruir o efeito desta substância.
Actualmente, o consumidor de canábis é penalizado com contra-ordenações que podem ir desde sanções até imposições de medidas de acompanhamento pelo IDT. O cultivo desta planta é considerado tráfico. A posse de sementes desta planta ou a posse de gramagem superior às doses diárias tabeladas pela lei são consideradas tráfico.
O traficante é que regula este mercado. O traficante cria redes criminosas e vende sem restrições. O traficante não distingue drogas leves ou duras. E o crescente mercado de consumo de canábis português atrai a criminalidade.
É nesta realidade que o cannabis.com.pt pretende alertar para os perigos desta política de proibição com décadas e que nunca obteve resultados positivos. O consumo não só não desapareceu como aumentou, e a actual oferta é um mercado desregulado sem nenhum tipo de controlo sanitário ou imposto. Considerando o actual mercado uma ameaça de saúde pública, torna-se urgente aprovar legislação eficaz que permita o acesso de canábis com qualidade comprovada, controlada e taxada pelo Estado. Será esse o verdadeiro combate ao tráfico.
Mais importante, defendemos a possibilidade de serem aplicadas as capacidades terapêuticas e medicinais da canábis a qualquer doente que assim o solicite, sob supervisão médica.
Queremos questionar as razões que restringem fortemente a cultura do canhâmo, impondo condições de alto custo para a sua produção e processamento e protelando indefinidamente o seu licenciamento.
O canhâmo, um tipo de canábis com baixíssimos níveis de THC (o componente alucinatório da canábis) tem milhares de usos em diversas áreas. Sendo um produto orgânico, poderia ser utilizado em substituição de vários químicos maléficos para o ambiente. Também pode ser utilizado para o fabrico de papel de alta qualidade, evitando o corte de árvores para o efeito. É possível produzir biodiesel com canhâmo. E muitas outras aplicações.
Esta planta já foi cultivada intensamente no nosso país e sua fibra de elevada resistência era usada no fabrico de cordas e velas usadas nos Descobrimentos.
Como organização, pretendemos concentrar toda a informação sobre estas matérias, promover um debate construtivo e encontrar enquadramento legal para formar uma associação reconhecida oficialmente.
Associação essa que defenda o interesse de quem pretende um consumo de canábis informado e responsável, por parte de qualquer adulto consciente e mentalmente capaz.
Para atingir este objectivo toda a ajuda é bem vinda. Por ser ainda considerado um tema tabu e que divide a sociedade, achamos necessário um empenhamento de todos aqueles que consideram que este assunto interfere diariamente nas suas vidas. Seja consumidor ou não, cada cidadão é sistematicamente confrontado com esta substância nos mais diversos ambientes. É um fenómeno social já enraizado e que necessita de ser devidamente interpretado. Para bem dos jovens, da segurança e saúde pública e da economia devemos sensibilizar a população e tornar acessíveis factos e conceitos científicos comprovados que desmistificam noções pré concebidas impostas por anos de propaganda proibicionista.
É por isso que apelamos a cada um que tenha disponibilidade e vontade de participar num movimento social e evolutivo que contribua com o seu apoio, a sua opinião e o seu trabalho.
Todos temos competências em diversas áreas. O conhecimento em áreas como a informática, a tradução, o jornalismo, crónicas, logística, assessoria jurídica e outros temas são necessários neste nosso projecto. Mantendo um compromisso apartidário mas de honra e voluntariado, pretendemos colaboradores com consciência cívica e que se disponham a fazer crescer uma “luta” a favor desta liberdade individual que deverá ser assegurada de um modo funcional e regulado.
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