As Ordens servem essencialmente para criar barreiras à entrada na actividade ao mesmo tempo que protegem os já "estabelecidos", assegurando um nível de competitividade reduzido (logo menos oferta) resultando num valor acrescido pelo seu trabalho.
Disfarçam as suas intenções com a treta do "interesse público" quando na verdade os seus interesses são bem privados.
Basta olhar para dois exemplos:
Ordem dos Médicos
- Sempre tentaram adiar a abertura de novos cursos de medicina alegando que as univs não tinham condições para tal.
Ordem dos Advogados
- Fazem tudo para que todas as matérias relacionadas com a Lei estejam totalmente sob sua alçada. Irritaram-se profundamente quando alguns jovens advogados desejaram abrir um negócio num shopping providenciando serviços de informação e advocacia de baixos custos para o cliente, alegando que "advogado não é profissional de shopping".
Regra geral é do interesse das Ordens:
Obrigar os candidatos à ordem a cumprir as regras internas da ordem (à la clube maçonico) e manter os membros novos sob a alçada permanente dos "já estabelecidos" (e bem remunerados), dificultando, por um lado, o crescimento profissional dos primeiros e, por outro, o normal funcionamento da Lei da Oferta e da Procura (controlam a oferta - número de membros - para que os preços se mantenham altos).
E poderão dizer: "Mas protegemos o interesse público e os cidadãos em geral na medida em que um médico para ser médico tem de pertencer à ordem e garante-se a sua qualidade profissional."
Não faltam casos de médicos que não são médicos e médicos que estão na ordem e são maus médicos.
É também bem vísivel o subpoder que é criado com estas associações corporativistas na medida que quase substituem o Governo e o Estado quando as coisas correm mal e é preciso dar satisfações (negligência médica por exemplo) .
Contudo a falta de transparência e o super proteccionismo (à la 3 mosqueteiros) é tanto, que normalmente o tal interesse público (aka tugas) nunca ficam a saber de nada... e o Estado "just doesn't care".
Dito isto, não tenho nada contra organizações / associações profissionais que visam proteger os seus interesses.
Mas quando estas procuram, não democraticamente (ninguém vota para presidente das ordems, certo?), controlar, em nome do interesse público, as regras do jogo a seu belo prazer, acho que não devemos concordar com a sua existência.
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P.S. Fdx.. o +t indexa tudo. Procura-se por "ordem dos designers" a tá lá na primeira página.
ATENÇÃO: Se eu for encontrado numa valeta já sabem quem me quis "tirar a tosse".
P.S.2 Isto é apenas a minha opinião com base no meu (pouco) senso comum. Nunca pertenci a nenhuma ordem.